terça-feira, março 28, 2006

POPULAÇÃO OPINA SOBRE AS IGREJAS EVANGÉLICAS

Depoimentos mostram como essas instituições entram na vida das pessoas

A grande maioria de indivíduos que estão nas igrejas evangélicas é originária dos segmentos populares da cidade. São quase todas de baixa renda e escolaridade, sem emprego ou subempregadas, separadas, enfim, sem acesso a recursos que lhe dêem uma relativa qualidade de vida. De maneira geral, essas pessoas, no intuito de encontrar nova perspectiva religiosa, buscam também na igreja um amparo a suas carências com possibilidade de melhoria financeira e novos espaços de sociabilidade.
No último sábado (25/03) fui ao centro de Salvador escutar o que elas têm a dizer sobre as igrejas evangélicas. Na coleta de depoimentos foi possível ter uma idéia mais concreta de como tais instituições, com destaque principalmente para a Igreja Universal do Reino de Deus, têm participado das vidas dessas “marias”, “josés” e “joãos” soteropolitanos.

Clique aqui e ESCUTE você também a fala de cada um deles.

segunda-feira, março 27, 2006

UNEGRO REALIZA HOJE III SEMINÁRIO EXU EM DEBATE

Evento visa trazer reflexões sobre racismo, candomblé e identidade racial

Ao lado do Rio de Janeiro e do Recife, a cidade de Salvador foi a que recebeu maior número de africanos escravizados nos séculos passados. Estima-se que tenha ingressado, neste período, mais de um milhão de negros africanos na Bahia, o que a tornou cenário das maiores revoltas de escravos no país. Ao lado das fugas, rebeliões de senzala e confrontos diretos com os senhores de engenho, os negros criaram formas de resistência como os “terreiros de candomblé”, inseridos numa lógica de subversão dos elementos religiosos eurocêntricos.
No Brasil de hoje, grande parte das violências dirigidas aos negros são provocadas pelo racismo, discriminação e preconceito de suas práticas herdadas há séculos. É para discutir esta realidade que a União de Negros pela Igualdade (UNEGRO) realiza hoje, a partir das 19hs na Faculdade Visconde de Cairu, nos Barris, o “III Seminário Exu em Debate – Da compreensão à Superação da Ignorância”.
Nesta segunda (27/03), os palestrantes Prof. Dr. Juarez Tadeu e Prof. Dr. Ubiratan Castro discutem a dimensão política de Exu, Elegbara e Nzila na perspectiva de superação do racismo. Amanhã (28/03), a mesa será formada pelo Prof. Dr. Gilson Magno e Prof. Dra. Lourdes Siqueira, e o tema é a importância destes orixás para a preservação e valorização da identidade negra e realização do candomblé.
Os Orixás são alvos freqüentes de agressões que se fundamentam num forte repúdio às religiões africanas e que são veiculadas principalmente por igrejas evangélicas. O episódio ocorrido na semana passada, em que dois integrantes da Igreja Assembléia agrediram a yalorixá Jaciara Ribeiro por dizer que Ogum também os ama, é um exemplo bem próximo, que comprova o quão ainda é conflituoso a relação de negros e brancos no Brasil (veja detalhes do caso neste blog).

(Maiores informações podem ser obtidas pela UNEGRO, Rua Frei Vicente, 13, Pelourinho, próximo ao Teatro XVIII. Telefones: (71)3321-2152 / 9964-1711 / 9173-4691 / e-mail: unegro@ig.com.br )