quinta-feira, janeiro 11, 2007

Fundadores da Renascer estão detidos em presídio americano, diz consulado

11/01/2007 - 14h02

da Folha Online

O Consulado dos Estados Unidos no Brasil confirmou nesta quinta-feira que o casal de fundadores da Igreja Renascer em Cristo, Sônia Haddad Moraes Hernandes e Estevam Hernandes Filho, se encontra detido em um presídio nos Estados Unidos.

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Bispa Sônia, da Renascer
Estevam e Sônia foram detidos na terça-feira, em Miami, por terem declarado incorretamente à alfândega norte-americana que não carregavam mais de US$ 10 mil cada. O casal portava, entretanto, US$ 56 mil em espécie.

"O Consulado dos Estados Unidos em São Paulo confirma que o casal da Igreja Renascer encontra-se atualmente detido no Federal Detention Center, em Miami, por motivos relacionados com sua situação junto ao Serviço de Imigração dos EUA", informa nota do consulado.

As notícias sobre o paradeiro do casal estavam desencontradas até ontem à noite. O Departamento de Imigração havia informado primeiramente que o casal havia sido liberado após o pagamento de uma fiança de US$ 100 mil. Depois, fontes que acompanham o caso informaram que apenas Sônia havia sido liberada e que Estevam continuava detido. Hoje, o consulado informou que os dois estão num presídio. Já o advogado do casal, Luiz Flávio Borges D'Urso, disse ontem que até onde sabia os dois não tinham nem mesmo ingressado em território norte-americano --teriam ficado retidos no aeroporto.

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Apóstolo Estevam Hernandes
D'Urso alega que houve um equívoco no preenchimento da declaração de entrada nos Estados Unidos. Além disso, o casal estaria num grupo de sete pessoas, o que permitiria que, ao todo, eles carregassem até US$ 70 mil --US$ 10 mil para cada um.

Ainda de acordo com D' Urso, eles deveriam pagar a fiança ainda ontem para serem liberados pela Justiça americana.

Já existe um pedido de prisão preventiva contra o casal no Brasil. O juiz da 1ª Vara Criminal de São Paulo, Paulo Antonio Rossi, acatou o pedido feito pelos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado). Também já estava em tramitação no Ministério Público e no TJ (Tribunal de Justiça) o pedido de extradição dos fundadores da Renascer, que seria encaminhado para o STF (Supremo Tribunal Federal).

O advogado disse nesta quinta-feira que vai entrar ainda hoje com um pedido de reconsideração ao juiz da 1ª Vara Criminal e que, em paralelo, vai impetrar um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo, contra a prisão preventiva do casal.

No Brasil, Estevam e Sônia são acusados por estelionato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. A defesa do casal também argumenta que o episódio nos Estados Unidos não tem relação com os processos que correm na Justiça brasileira.

Bispos da Renascer podem ser presos e extraditados

Da Agência Estado


11/01/2007

10h09-Estevam e Sônia Hernandes, fundadores da Igreja Renascer em Cristo, estão - mais uma vez - com prisão preventiva decretada. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve receber nesta quinta-feira pedido de extradição feito pelo juiz titular da 1 ª Vara Criminal de São Paulo, Antônio Paulo Rossi. Se o pedido for acatado e enviado às instâncias diplomáticas do Brasil nos Estados Unidos, o casal pode ser preso nos próximos dias pela Interpol em sua casa no condomínio Boca Falls, na Flórida.

Advogado do casal e presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso afirmou que entra hoje no Tribunal de Justiça (TJ) com pedido de habeas-corpus para derrubar a prisão preventiva. A defesa dos Hernandes vai alegar que eles são primários, têm residência fixa e, por isso, têm o direito de responder ao processo em liberdade.

Na tarde de ontem o juiz Antônio Paulo Rossi acatou pedido feito na terça-feira por promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) depois que os bispos foram presos pela Polícia de Imigração americana ao tentar entrar em Miami com US$ 56,5 mil em dinheiro vivo - apesar de só ter declarado o limite permitido pela lei americana, de US$ 10 mil.

Estevam Hernandes assumiu a culpa pelo crime, foi processado por falsificação de documento público e lavagem de dinheiro e solto depois de pagar fiança de US$ 5 mil, de acordo com seu advogado. A bispa Sônia disse que não tinha conhecimento das notas espalhadas em sua bagagem - até mesmo dentro de uma Bíblia - e foi liberada depois de ser interrogada. Os dois, no entanto, não podem sair dos Estados Unidos nas duas próximas semanas, a não ser que sejam extraditados.

Os promotores do Gaeco usaram ofício enviado pela polícia americana detalhando a prisão no aeroporto para argumentar com o juiz que os bispos “demonstraram a reiteração da prática dos crimes” de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, pelos quais respondem no Brasil. “A situação de levar dinheiro não declarado para fora do País já integrava o teor da acusação que fizemos contra eles. Eles persistiram no crime”, afirma Arthur Lemos, promotor do Gaeco e autor do pedido

Indústria da infâmia
É a segunda prisão preventiva decretada contra o casal em três meses. Em 19 de novembro, o juiz Antônio Paulo Rossi acatou denúncia feita pelo Ministério Público e pediu a prisão dos bispos porque eles não compareceram a uma audiência do processo no qual respondem por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e estelionato contra fiéis. O casal ficou foragido durante 23 dias até conseguir uma liminar. A decretação da prisão preventiva desencadeou uma batalha jurídica entre sua defesa e o Ministério Público.

Na manhã de ontem - cinco horas antes da decretação da nova prisão preventiva - a defesa dos Hernandes comemorou uma vitória na Justiça. O Tribunal de Justiça de São Paulo considerou que a liminar que pedia a prisão preventiva do casal por ter faltado à audiência não é válida e concedeu habeas-corpus. Por conta da decisão, recurso semelhante que tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi declarado “prejudicado” - ou seja, não deve ir adiante porque o caso já foi resolvido na instância de origem. Os bispos, então, se livraram definitivamente do primeiro pedido de prisão decretado contra eles.

Os 1.500 templos da Igreja Renascer espalhados pelo Brasil e em seis países do exterior foram inundados ontem por uma corrente de orações em favor de seus fundadores. Bispos e pastores foram orientados a negar a prisão do casal Hernandes e atribuir a notícia a uma “indústria da infâmia” que transformou um incidente na alfândega americana em uma prisão. Na TV Gospel, de propriedade da denominação, bispos afirmaram que o casal foi apenas retido durante horas no aeroporto de Miami por conta de problema corriqueiro.

terça-feira, janeiro 09, 2007

FBI prende fundadores da Renascer; promotores acionam casal no Brasil

O FBI (Federal Bureau of Investigation) --a polícia federal norte-americana-- prendeu nesta terça-feira o casal Estevam Hernandes Filho e Sônia Haddad Moraes Hernandes --fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo-- em Miami. O casal havia embarcado para os Estados Unidos na noite desta segunda-feira, em Guarulhos (SP).

O casal --que estava sendo monitorado pelo Ministério Público e Polícia Federal-- foi preso porque declarou falsamente para a alfândega norte-americana que não carregava mais de US$ 10 mil, mas portava US$ 56 mil (em espécie).

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Apóstolo Estevam Hernandes

Sônia e Estevam conseguiram embarcar para os Estados Unidos porque obtiveram no final de dezembro uma liminar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogando o pedido de prisão preventiva que havia contra eles. Até então, eles eram considerados foragidos.

No Brasil, Sônia e Estevam são acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e estelionato. Os crimes envolveriam as doações feitas pelos fiéis e a abertura de "empresas fantasmas".

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Bispa Sônia, da Renascer

Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado), o Ministério Público Estadual de São Paulo irá pedir para o casal também ser investigado nos Estados Unidos pelo crime de lavagem de dinheiro.

No Brasil, a Justiça já havia bloqueado alguns bens do casal, como um haras na região de Atibaia (SP). Apesar do casal possuir uma fortuna estimada em R$ 19 milhões, como uma mansão na Flórida, a igreja acumula dívidas de R$ 12 milhões --como os aluguéis dos vários templos da Renascer.

Para os promotores do Gaeco, a prisão deles com o dinheiro não declarado nos EUA confirma as práticas cometidas no Brasil.

Segundo eles, o Gaeco pediu a cooperação da polícia norte-americana para efetivar a prisão dos fundadores da Renascer.

Novo pedido de prisão preventiva

Os promotores do Gaeco informaram que irão entrar com novo pedido de prisão preventiva contra o casal Hernandes. Eles irão alegar que ao retornar ao Brasil Sônia e Estevam podem voltar à condição de foragidos, o que atrapalharia as investigações.

Segundo eles, o crime pelo qual o casal foi detido nos EUA é afiançável. No entanto, eles devem ficar detidos em casa --impedidos de retornar ao Brasil-- enquanto não forem julgados nos Estados Unidos.

Como os advogados do casal já estão cuidando do caso, a expectativa é que eles deixem a Imigração ainda nesta terça-feira e fiquem na propriedade particular enquanto durar o processo.

Acusações

Reportagem publicada pela Folha no dia 25 de outubro informava que um ex-funcionário da Renascer, que se identificou como "J", disse que o dinheiro arrecadado entre os fiéis era usado para pagar funcionários de empresas dos Hernandes. Assim, sobravam mais recursos para que as empresas do grupo comprassem bens.

Numa outra denúncia, o Ministério Público de São Paulo acusou os Hernandes e o bispo primaz Jorge Luiz Bruno de falsidade ideológica. Eles teriam montado uma igreja "laranja", chamada Internacional Renovação Evangélica, para livrar a Renascer de processos.

Segundo a denúncia, a igreja Internacional Renovação Evangélica, criada em 2004 por Jorge Luiz Bruno, não existe fisicamente. No endereço indicado na ata de fundação --rua Maria Carlota, 879, na zona leste de São Paulo-- funciona um templo da Renascer.

Os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado) Arthur Lemos, Eder Segura, Roberto Porto e José Reinaldo Carneiro não quiseram se manifestar publicamente, pois o processo está sob segredo de Justiça. (Da Folha Online)

Veja os links abaixo:

As acusações contra Renascer
Teoria da prosperidade e música
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