Imprensa enfrentará enxurrada de ações de fiéis da Universal
A quantidade de telefonemas de fiéis para a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) aumentou consideravelmente, depois da reportagem que a TV Record fez no Domingo Espetacular do dia 17/02. Segundo comunicado da Igreja divulgado nesta terça (19/02), os fiéis estão ligando para pedir orientações de entrada na Justiça contra os meios de comunicação – Extra (RJ), Folha de S.Paulo e A Tarde (BA) – , por se acharem difamados pelas reportagens destes veículos. Resultado: das mais de 50 ações, a imprensa enfrentará uma enxurrada de requerimentos nos próximos dias.
Apesar de divulgar a reportagem, a Universal nega qualquer interesse em “orquestrar” e “incentivar” os processos judiciais que seus fiéis estão movendo na Justiça.
O comunicado informa, ainda, que a própria Igreja entrou na Justiça contra os veículos, sem afirmar em que comarca e contra qual. Em várias tentativas de entrevista com a Iurd, a imprensa consegue apenas comunicados oficiais. Não há a possibilidade de entrevistas com seus líderes.
A Iurd afirma que é a favor da liberdade de imprensa: “A Iurd respeita a liberdade de imprensa, os jornalistas e suas entidades representativas, porém, não admite que reportagens sejam usadas para ofensas de outras garantias constitucionais como a dignidade da pessoa humana, o acesso à Justiça, a liberdade de crença e à inviolabilidade da honra.”
A Universal também contesta o termo usado pela reportagem do Globo para designar a crença: a palavra seita. “É inaceitável que, no uso de suas prerrogativas, a mídia utilize denominações ofensivas e preconceituosas como seita, bando e facção em referência à Iurd.”
Leia na íntegra o comunicado da Iurd:
Comunicado à Imprensa
Iurd
A Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), entidade religiosa há 30 anos no Brasil, com mais de 5 milhões de fiéis e presente em 170 países, vem a público esclarecer que:
1. Fiéis de várias partes do país estão procurando a Iurd para manifestar seu repúdio em relação às notícias classificadas como lamentáveis, publicadas por veículos de comunicação, especialmente no que se refere à origem e destinação de seus dízimos;
2. O dízimo é um aspecto da liberdade de crença consagrada pela Constituição Federal;
3. A Iurd já ingressou com suas ações judiciais e não tem qualquer interesse de orquestrar e incentivar processos individuais por parte de seus fiéis;
4. A Iurd respeita a liberdade de imprensa, os jornalistas e suas entidades representativas, porém, não admite que reportagens sejam usadas para ofensas de outras garantias constitucionais como a dignidade da pessoa humana, o acesso à Justiça, à liberdade de crença e à inviolabilidade da honra;
5. A Imprensa deve atuar com responsabilidade e não pré-julgar, manipular ou condenar precipitadamente;
6. A Iurd não está à margem da sociedade. É uma entidade regularmente constituída, conforme a legislação brasileira, que deve ser respeitada como todas as outras denominações religiosas no estado democrático de direito. É inaceitável que, no uso de suas prerrogativas, a mídia utilize denominações ofensivas e preconceituosas como seita, bando e facção em referência à Iurd;
7. A Iurd apóia a posição de todas as entidades de classe quando está em questão a Democracia. A Imprensa, com responsabilidade, pode noticiar e os fiéis, da mesma forma, podem acessar a Justiça;
8. Cabe ao Judiciário, com a imparcialidade e a independência que lhe são inerentes, a palavra final.
São Paulo, 19 de fevereiro de 2008.
Igreja Universal do Reino de Deus.