quarta-feira, setembro 17, 2008

Vaticano afirmou nesta terça-feira que aceita a teoria da evolução

mundo |16.09.2008 - 18h58
Redação CORREIO

O ministro da Cultura do Vaticano, o arcebispo Gianfranco Ravasi, afirmou na tarde desta terça-feira (16) que a teoria da evolução é compatível com a Bíblia. Apesar disso, a instituição não tem a intenção de pedir desculpas póstumas a Charles Darwin, que apresentou a tese em 1859. Na época, o cientista enfrentou uma recepção negativa da Igreja Católica.

'Talvez devêssemos abandonar a idéia de emitir pedidos de desculpas como se a história fosse um tribunal que está eternamente em sessão', disse em entrevista à Reuters, acrescentando que as teorias de Darwin 'nunca foram condenadas pela Igreja Católica e nem seu livro havia sido banido'.

Igrejas cristãs são há muito tempo hostis a Darwin, pois sua teoria conflitava com a acepção bíblica da criação. Pela teoria do criacionismo, deus teria criado o mundo em seis dias. Entretanto, o papa Pio 12 descreveu a evolução como uma abordagem válida do desenvolvimento humano em 1950 e o papa João Paulo II reiterou o fato em 1996.

A declaração do arcebispo Gianfranco Ravasi foi dada durante o anúncio de uma conferência de cientistas, teólogos e filósofos que acontecerá em Roma em março de 2009, marcando os 150 anos da publicação da obra 'A Origem das Espécies' de Darwin

Adventista do 7º Dia não tem garantia de folga aos sábados

Redação CORREIO

O juiz Geovane de Assis Batista, substituto na Vara de Senhor do Bonfim, julgou improcedente pedido de uma funcionária da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), que queria ser dispensada a partir das 18 horas das sextas até 18 horas dos sábados.

Ela se oferecia para compensar a ausência. O magistrado entendeu que os empregadores não são obrigados a garantir ao trabalhador Adventista do 7º Dia folga remunerada aos sábados, nem mesmo sob alegação de liberdade de culto ou mediante proposta de compensação da jornada aos domingos ou durante a semana.


Ele conclui a sentença afirmando que “o perigo de se conceder o benefício não reside na falta de tratamento igual aos trabalhadores; tampouco ao risco de muitos, de diferentes religiões, que possam “pregar o não labor em qualquer outro dia”.

Outra preocupação do juiz foi o fato de que todos os adventistas do sétimo dia fossem discriminados pelos empregadores que poderiam deixar de contrata-los, pelo fato de saber que um entendimento judicial proíbe os trabalhadores de exercer as atividades ao sábado.

quinta-feira, junho 26, 2008

Projeto que torna homofobia crime é alvo do protesto de evangélicos

26/06/2008

BRASÍLIA - Um grupo de evangélicos tentou invadir o Congresso Nacional ontem em protesto contra a aprovação do projeto que criminaliza a homofobia (discriminação contra homossexuais) no país. Cerca de mil evangélicos fizeram uma manifestação em frente à sede do Legislativo para evitar a votação do projeto. Os manifestantes querem ter o direito de criticar a homossexualidade, sem punições estabelecidas na legislação.


O projeto está em discussão na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, sem previsão de entrar na pauta de votações do plenário. “Achamos que o problema da discriminação não atinge só os homossexuais, mas também os negros, as mulheres, até mesmo nós evangélicos. O projeto de lei dá poderes ditatoriais a uma minoria. Se um funcionário for dispensado de uma empresa, por exemplo, pode alegar homofobia e o dono da empresa vai ser preso por crime hediondo, inafiançável. Queremos trazer um projeto para proteger todas as minorias”, disse o deputado Rodovalho (DEM-DF), da Igreja Sara Nossa Terra.


Empurra-empurra - Parte dos manifestantes pressionou seguranças do Senado para ingressarem na Casa. Houve empurra-empurra e princípio de tumulto em frente à entrada principal do Legislativo. O grupo fez orações contra a aprovação do projeto, conduzidos pelo pastor Jabes de Alencar, da Assembléia de Deus. “Senhor, sabemos que há uma maquinação para que esse país seja transformado numa Sodoma e Gomorra [cidades bíblicas que teriam sido destruídas pelos excessos cometidos por seus moradores]. Um projeto desses vai abrir as portas do inferno”, disse o pastor.


Alguns dos manifestantes conseguiram ingressar no Senado e foram recebidos na presidência pelo senador Magno Malta (PR-ES). Evangélico, Malta ocupa interinamente a presidência uma vez que o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) está fora de Brasília. O pastor Silas Malafaia, da Assembléia de Deus, entregou um documento para Malta contra a aprovação do projeto. “Esse projeto de livre expressão sexual abre as portas para a pedofilia. É uma afronta à Constituição e à família”, disse o pastor.


Relatora do projeto no Senado, a senadora Fátima Cleide (PT-RO) criticou a mobilização dos evangélicos contrária à criminalização da homofobia. “Infelizmente alguns religiosos utilizam discurso político para tentar ludibriar as pessoas crentes e tementes a Deus. Há que se observar aí mais uma postura de intolerância, pois em qualquer religião há diversidade dos seres humanos”, afirmou. O projeto, de autoria da ex-deputada Iara Bernardi (PT-SP), considera crime o preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. O texto foi aprovado pela Câmara no ano passado e tramita no Senado. (Folhapress)

terça-feira, junho 03, 2008

Iurd nega canal de TV internacional

Da Redação

A direção da Igreja Universal do Reino de Deus disse, através de sua assessoria de imprensa, que a informação de que o bispo e empresário Edir Macedo tenha dado início a um projeto para criar uma emissora como a CNN em português não procede. A notícia foi publicada na coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, no sábado (24/05).

Segundo ela, o canal seria captado por antena parabólica de qualquer lugar do mundo e seu orçamento seria de US$ 40 milhões. A emissora passaria a funcionar no início de 2010.


26/5/2008

Acareação entre Galiza e o bispo é adiada


Na foto, o pastor Fernando Aparecido


Emanuela Sombra, do A TARDE

Prevista para ocorrer nesta terça-feira, 3, a acareação entre o pastor Fernando Aparecido e o ex-pastor Sílvio Galiza, ambos da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), foi adiada para a próxima terça-feira, 10.

Acusados de assassinar o estudante Lucas Terra em 2001, eles e mais quatro testemunhas chegaram a comparecer ao Fórum Ruy Barbosa, mas terão de esperar uma semana para serem ouvidas.

Segundo o promotor Davi Gallo, o adiamento se deveu ao tempo gasto com o depoimento dos pais de Lucas durante a manhã, e a audiências agendadas para o período da tarde.

Considerados depoentes do caso, Marion e Calos Terra, pais de Lucas, foram ouvidos pelo juiz Vilebaldo Freitas, da 2º vara do júri.

segunda-feira, junho 02, 2008

Ex-pastor é condenado a 36 anos por explorar adolescentes

SÃO PAULO - O TJ (Tribunal de Justiça) de Santa Catarina concluiu nesta semana o julgamento de Wilmar Martins de Barros, ex-pastor da Igreja Batista Palavra Viva, que foi condenado a 36 anos de prisão por abuso sexual de sete adolescentes. Os crimes aconteceram em Florianópolis no ano 2000. De acordo com o TJ, em primeira instância, o ex-pastor foi condenado a 19 anos e seis meses de prisão. Tanto o acusado quanto o Ministério Público recorreram da sentença. Barros, na tentativa de obter a absolvição e a Promotoria, na busca de aumentar a pena aplicada.


Por unanimidade de votos, 3a Câmara do TJ rejeitou o apelo do religioso e deu parcial provimento ao recurso do Ministério Público para fixar a pena do ex-pastor em 36 anos de reclusão em regime fechado. O relator da matéria foi o desembargador Moacyr de Moraes Lima Filho. Segundo o processo, o então pastor utilizava a mesma técnica de convencimento para dissuadir suas vítimas: exibição de vídeos pornográficos, muita conversa e ameaça de desligá-los do grupo de jovens da igreja em caso de resistência ao assédio. Barros foi preso em 2006 em Recife (PE), onde tem parentes. Ele estava em um culto no momento da prisão.


Na ocasião da prisão, Barros afirmou à polícia que foi enviado à África pelo bispo da igreja quando o caso se tornou público. A reportagem entrou em contato com a Igreja Batista Palavra Viva, em Florianópolis, e foi informada de que Barros está afastado há quatro anos do quadro de pastores do templo. (Folhapress)


***


Padre pega 24 anos


SÃO PAULO - O padre Félix Barbosa Carreiro foi condenado a 24 anos de prisão por crimes de aliciamento e corrupção de menores, pedofilia e atentado violento ao pudor contra seis menores em São Luís, no Maranhão. A pena deve ser cumprida em regime fechado, mas ainda cabe recurso. A sentença foi dada na quarta-feira, pelo juiz Itaércio Paulino da Silva, da 11a Vara Criminal. O magistrado considerou a conduta do padre Félix “extremamente reprovável”.


De acordo com denúncia do Ministério Público, o padre abusava de adolescentes do sexo masculino, com idade entre 14 e 17 anos. Em troca, oferecia dinheiro, entradas em shows e objetos pessoais.


Segundo informações da Corregedoriajavascript:void(0)
Publicar postagem Geral de Justiça do Maranhão, o sacerdote conhecia suas vítimas em salas de bate-papo na internet. Em 2005, o padre foi preso em flagrante num quarto de motel, com quatro rapazes, dois deles menores. Ele vinha sendo monitorado havia dois meses pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). (AE)

terça-feira, maio 27, 2008

Pastor nega participação no assassinato de Lucas Terra

27/05/2008
(13:19)
atualizada em 27/05/2008 (16:52)

Pastor nega participação no assassinato de Lucas Terra

Marco Aurélio Martins
Agência A Tarde

Acusado conversa com advogados antes de assinar o depoimento


O pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), Fernando Aparecido da Silva, negou participação no assassinato do adolescente Lucas Terra, em 2001. A declaração foi dada nesta terça-feira, 27, em interrogatório no Fórum Ruy Barbosa.

Silva alega, ainda, que o ex-pastor Sílvio Galiza, que o acusou de participação no crime, tem problemas mentais. Galiza, que cumpre pena de 15 anos na Penintenciária Lemos de Brito, em Salvador, também acusou o pastor Joel Miranda de participar do assassinato de Lucas, que foi violentado e queimado vivo.

O interrogatório durou três horas. Na avaliação da promotoria, o pastor apresentou muitas contradições. Silva apontou um novo envolvido no caso, mas o promotor de justiça estadual Davi Gallo Barouh descarta a participação desta pessoa, cuja identidade não foi divulgada e que já foi ouvida durante a investigação.

Na próxima quinta-feira, 29, o ex-pastor Sílvio Galiza será ouvido novamente sobre o caso. Galiza também deverá participar de uma acareação com o pastor Fernando Silva. Inicialmente, o encontro dos acusados está previsto para acontecer na próxima terça-feira.


*Com informações de Danile Rebouças, do A TARDE (27.05.2008)

Caso Lucas Terra: Bispo da Universal será acareado nesta terça

João Alvarez
Agência A Tarde

Advogado de defesa diz que prisão de bispo seria irregular

George Brito e Marjorie Moura, do A TARDE
Uma quarta pessoa pode ter participado do assassinato do garoto Lucas Terra, em 2001, segundo Carlos Terra, pai da vítima. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, 26, à tarde, logo após o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) Fernando Aparecido da Silva, um dos acusados do crime, ter se recusado a comparecer à apresentação à imprensa. Na audiência de acareação que acontece nesta terça-feira, às 9 horas, na 2ª Vara de Júri, do Fórum Ruy Barbosa, há a expectativa de que os interrogados forneçam mais detalhes do crime e confirmem esta possibilidade.

O bispo Aparecido está preso desde o último sábado na Polinter. Foi detido na última sexta-feira, no Recife (PE), por agentes do Centro de Operações Especiais (COE), sob comando do delegado Hélio Jorge. Carlos Terra diz estar decepcionado com a recusa do bispo em não prestar esclarecimentos à imprensa.

Mas, segundo o pai da vítima, no novo depoimento o pastor Sílvio Galiza relatou em depoimento à Justiça que haveria mais uma pessoa envolvida no crime, além de Fernando Aparecido da Silva e o pastor acusado Joel Miranda.

Recusa – O delegado-chefe da Polícia Civil da Bahia, Joselito Bispo, explicou que a recusa é um direito garantido pela Constituição Federal. “É uma questão de foro íntimo”, disse. Segundo ele, estão em andamento as buscas pelo pastor Joel Miranda. Na semana passada, agentes do COE estiveram no Rio investigando o paradeiro do acusado. Policiais daquele Estado seguem com as buscas. O pastor reside em Cabo Frio (RJ), segundo a polícia.

Carlos Terra, mais uma vez vestido de preto, tentou nesta segunda audiência com a presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargadora Sílvia Zarif, para evitar a concessão do habeas corpus. Ele esteve também na Polinter, onde encontrou o advogado de defesa Mário de Oliveira Filho, que permaneceu mais de uma hora com o cliente.

Defesa – O bispo Fernando Aparecido e o pastor Joel Miranda tiveram prisão preventiva decretada dia 22, pelo juiz Vilebaldo Freitas, por não comparecerem às três audiências de acareação, sob alegação de não terem dinheiro para viajar até Salvador. Segundo o advogado Mário de Oliveira Filho, a prisão é irregular, pois os acusados não foram citados e, portanto, não estão incluídos no processo.

O advogado afirmou que, pelo fato de residirem numa comarca diferente de onde tramita o processo, os acusados têm o direito de ser interrogados por carta precatória. Ambos foram representados por ele, frisou, nas audiências em Salvador. Ele alegou que a acareação estava marcada para esta terça e que os acusados haviam comprado passagens aéreas e feito reservas num hotel, cujo nome não soube informar.

O advogado disse que o pedido de prisão pedido pelo MP foi baseado nas acusações de Galiza, assim como a decretação da prisão. Disse ainda que o pedido de habeas corpus será distribuído nesta terça no TJ Bahia e, se necessário, será feito recurso ao Superior Tribunal de Justiça. (26.05.2008)

MP sugere um quarto envolvido no caso Lucas Terra

Promotor Davi Gallo nega haver provas concretas, mas diz que suspeita baseia-se no ‘modus operandi’ do crime

Perla Ribeiro

As investigações do Ministério Público Estadual (MPE) apontam para a possibilidade de um quarto envolvido no assassinato do adolescente Lucas Terra. Porém, o promotor da 2ª Vara do Júri, Davi Gallo Barouh, informa que as suspeitas não são baseadas em provas concretas, mas sim, em especulação jurídica. A tese é sustentada pelo modus operandi do crime. O promotor parte do pressuposto de que os três acusados não dariam conta sozinhos do crime e que essa quarta pessoa teria participado na ocultação e desova do cadáver.


Apesar da especulação, Gallo diz que as investigações continuam e aposta que novos fatos surgirão com os depoimentos do pastor Fernando Aparecido e do pastor Joel Miranda. Enquanto o primeiro continua foragido, Aparecido será interrogado hoje, na 2ª Vara do Júri. “Pode ser que muita coisa apareça com a instrução criminal”, cogita o promotor. A defesa do pastor não descarta a possibilidade de haver essa quarta pessoa e até especula duas outras possibilidades.


“Como o pai do garoto tem muitos inimigos, pode ser que alguém se vingou dele com a morte do filho. Também tem o obreiro Luciano, que foi visto no dia do crime acompanhado de Lucas e do pastor Sílvio Galiza”, sugere o criminalista Mário de Oliveira Filho. O pai de Lucas, Carlos Terra, também acha cabível a existência de mais um culpado, mas prefere silenciar sobre suas impressões. “Não posso afirmar nada nesse sentido porque não tenho como provar”, esquiva-se, alimentando o suspense.


Recusa - Preso na última sexta-feira em Jaboatão dos Guararapes, no Recife, Aparecido seria apresentado ontem à imprensa durante coletiva no prédio da Secretaria de Segurança Pública (SSP), da Piedade. Entretanto, recusou a aparição pública. Além de a recusa ser um direito assegurado pela Constituição Federal, a defesa do pastor também entrou com uma petição na 2ª Vara do Júri requerendo esta garantia. Já para a audiência de hoje, sua presença é obrigatória.


A única possibilidade de ausência seria por um problema de saúde, mas o promotor já adianta: “Se isso ocorrer, pediremos que ele seja avaliado por uma junta médica. Já adiaram demais. Não vamos mais permitir manobras da defesa”, explicou o promotor Davi Gallo. Embora o próprio delegado chefe da SSP, Joselito Bispo, tenha informado que o bispo participará hoje de uma acareação com o já acusado Sílvio Galiza, Gallo diz que primeiro ocorrerá o interrogatório. Só depois, poderá ser marcada a acareação.


Mantido desde o último sábado sob a custódia na sede do Departamento de Polícia Interestadual (Polinter), Fernando Aparecido terá o próximo destino definido hoje pelo titular da 2ª Vara Júri, o juiz Vilobaldo José de Freitas Pereira. Quanto a Joel Miranda, o delegado-chefe da SSP informou que as buscas continuam no estado do Rio de Janeiro. “Já localizamos a residência dele em Cabo Frio, mas não o encontramos. O trabalho das buscas continua até que consigamos efetivar a prisão”, disse Bispo. No Rio, a diligência está sendo coordenada pelo diretor do Comando de Operações Especiais da Polícia Civil (COE), Jardel Perez.


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RETROSPECTIVA


O CRIME aconteceu em 21 de março de 2001 e obteve repercussão internacional. De acordo com os autos do processo que tramita na 2ª Vara do Júri, Lucas Terra, então com 14 anos, sofreu abuso sexual e foi estrangulado no templo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) no Rio Vermelho. Imaginando que o garoto estivesse morto, os criminosos incendiaram o corpo em um terreno baldio às margens da Avenida Vasco da Gama.


Posteriormente, um laudo do Departamento de Polícia Técnica apontou que a vítima ainda estava viva quando lhe atearam fogo. Lucas era o caçula do casal José Carlos e Marion Terra. O adolescente passou a freqüentar a Iurd por causa da primeira namorada, que era obreira. Embora os pais não freqüentassem a instituição, acreditavam que o filho estaria seguro indo aos cultos.


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Pai da vítima mantém peregrinação

Enquanto a defesa do pastor Fernando Aparecido se movimenta para entrar com o pedido de habeas-corpus do cliente, o empresário e pai de Lucas, Carlos Terra, faz o movimento contrário – quer barrar o pedido. Ontem, a peregrinação começou cedo. Antes de o Tribunal de Justiça ser aberto, ele já aguardava na porta. A expectativa era de ser recebido pela presidente da casa, Sílvia Zarif. Não carregava nenhuma tese jurídica para justificar o apelo: “Fui pedir como pai que a Justiça baiana não conceda o habeas-corpus”, contou.


Como Zarif participava de eventos externos, deixou registrado o pedido com a sua secretária. De lá, Carlos Terra seguiu rumo ao Fórum Ruy Barbosa, no Campo da Pólvora. Visita costumeira do local, ele queria confirmar a audiência marcada para hoje. A próxima parada foi na Polinter, onde se informou sobre a permanência do pastor na unidade e recebeu com decepção a notícia de que ele não se apresentaria para a imprensa. “Até hoje eles se sobrepuseram à Justiça, é uma estratégia da defesa para resguardá-los. Mas não sou só eu que quero justiça, a sociedade baiana também quer”, disse o pai.


Vestido de preto dos pés à cabeça, ele disse que só vai tirar o luto quando conseguir colocar todos os responsáveis pela morte do filho atrás das grades. Hoje, Carlos Terra volta à 2ª Vara do Júri e, num protesto silencioso. Levará consigo imagens de Lucas vivo e do corpo carbonizado. “É duro e cruel, mas é necessário”, justifica, referindo-se às imagens.


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Defesa do pastor alega arbitrariedade

Bruno Wendel


Prisão arbitrária. É o que alega o advogado criminalista Mário de Oliveira Filho, defensor do pastor Fernando Aparecido da Silva, preso no final de semana pela morte brutal do adolescente Lucas Terra, violentado, estrangulado e depois queimado vivo em 21 de março de 2001. Durante coletiva à imprensa ontem à tarde, Mário Filho afirmou que seu cliente não foi arrolado no inquérito e que o juiz titular da 2ª Vara do Juri de Salvador, Vilebaldo Freitas, que determinou a prisão preventiva na quarta-feira, agiu motivado por apelação pública. Em contrapartida, o promotor David Gallo dispara: “Eles estão brincando com o processo. Não compareceram a três acareações e por isso o juiz expediu o mandado”.


Ex-advogado de Suzane von Richthofen, ré confessa do assassinato dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002, Mário também é o defensor do pastor Joel Miranda, igualmente acusado de participação na morte de Lucas Terra, que está foragido. O criminalista disse que seus clientes não compareceram às audiências marcadas em Salvador porque estavam cobertos por uma carta precatória concedida pelo próprio juiz Vilebalo. Ou seja, reservavam a eles o direito de serem interrogados na comarca de Pernambuco, onde residiam. Disse também em que o nome de Fernando não está inserido no inquérito que apura a morte do adolescente e que por isso ele nem poderia ser interrogado.


O advogado criminalista afirmou ainda que, mesmo assim, Fernando vem colaborando com o andamento do processo e que embarcaria ontem num vôo da TAM para Salvador, onde compareceria ao interrogatório, no Fórum Ruy Barbosa. Com base nessas condições, Filho dará entrada hoje com um pedido de habeas-corpus no Tribunal de Justiça do Estado e ao Superior Tribunal de Justiça.


No entanto, o promotor Davi Gallo não acredita que os acusados venham a ser beneficiados pelo habeas-corpus. “A prisão foi bem fundamentada, não creio nessa possibilidade”. Gallo não negou que o juiz concedeu o direito dos acusados serem interrogados foram do estado, mas, segundo ele, Fernando e Joel teriam que comparecer também às acareações em Salvador, onde ficaram cara-a-cara com o pastor auxiliar Silvio Galliza (condenado a 18 anos de prisão em regime fechado).


“Sobre as ausências nas acareações, os advogados da Iurd alegaram que a instituição não tinha o dinheiro para as passagens. Como pode? Não tem recursos para a deslocamento de um estado para outro, mas tem para bancar uma série de defensores por tempo indeterminado num hotel de luxo da cidade. É inadmissível. Eles estão brincando com Justiça baiana”, esbraveja. Ainda segundo Gallo, consta na denúncia feita ao Ministério Público que Fernando teria participado da ocultação do cadáver.

(Correio da Bahia Online - 27.05.2008)

quarta-feira, março 26, 2008

“Imprensa brasileira deveria assumir posição”, diz chefe de redação da Folha Universal

Da Redação
1º Cderno - Comunique-se
25.03.2008


O chefe de redação da Folha Universal, Celso Fonseca, foi o convidado na manhã de terça-feira (25/03) do Comunique-se para estrear o “Papo na Redação” em vídeo em 2008. Fonseca respondeu aos leitores em entrevista mediada pelo presidente do Comunique-se, Rodrigo Azevedo. Falou da linha editorial da Folha Universal, dos detalhes da nova redação em São Paulo, e recebeu o apoio – e também as inquietações – da comunidade jornalística.

Sobre a linha editorial do jornal, Fonseca afirmou que “sabe onde está trabalhando”. Um recado de quem sabe qual veículo chefia. “A gente evita falar de temas polêmicos à Universal”, admitiu, em resposta às perguntas de leitores e do repórter Marcelo Tavela, do Comunique-se, sobre como a Folha Universal trata de temas como o homossexualismo. E alfinetou: “A imprensa brasileira deveria ser honesta e assumir posição.” Fonseca cita como exemplo a imprensa norte-americana que tem uma posição editorial bem marcada, bem como a própria Folha Universal, postura esta que o jornalista defende.

Para Fonseca, o problema no Brasil é que os veículos não assumem uma posição. Considerando os temas mais apropriados (“família” e “ética”) para um jornal como a Folha Universal, distribuído nas igrejas, Fonseca afirma que no semanal tem toda a liberdade para trabalhar. Conta de pautas que conseguiu fazer, como denúncias sobre a retirada de moradores de rua com esguicho d’água em São Paulo e sobre tortura, que não passaria em qualquer outro meio de comunicação. “(A Folha Universal) é o veículo que tenho menos interferência editorial na minha vida”, declarou o jornalista, que tem experiências no Estadão, Jornal da Tarde, Portal Terra, revista Brasileiros, e Diário do Povo, de Campinas, no interior de São Paulo.

Conteúdo
O objetivo da redação da Folha Universal em São Paulo é preencher as 24 páginas editoriais sem a ingerência da igreja, misturar notícias de “comportamento e denúncia social”, um jornal com cara de revista.

Devido ao caráter da Folha Universal, Fonseca pretende manter uma “linha editorial neutra”, sem falar de religião ou política.

A Folha Universal tem um caderno de 24 páginas (de temas gerais) e outro de oito (caderno voltado para as informações sobre a Igreja Universal aos fiéis). É vendido a cerca de R$ 1 nos cultos. O Caderno Iurd é feito no Rio de Janeiro, com a supervisão técnica de São Paulo. Uma novidade é a mudança do editorial do bispo Edir Macedo, da página 2 do jornal, para o interior do caderno relativo à igreja.

A redação de São Paulo foi formada em janeiro deste ano. São 30 jornalistas, vindos mais da Internet. “É uma redação normal”, diz Fonseca. “Séria e jovem”, acrescentou. Celso Fonseca ainda tem pouco retorno do que o público-leitor está achando das novidades, já que não é da Universal. “O retorno é quase zero”, afirmou.

A Folha Universal circula em todo o Brasil em uma edição, em dois clichês: Brasil, às segundas, e nas capitais São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte, às quartas, com eventuais notícias mais atuais. São distribuídos 2.688.750 exemplares por semana.

Relação com Record
Celso Fonseca foi convidado por Domingos Fraga, editor do Jornal da Record, para chefiar a redação da Folha Universal em São Paulo. Em resposta à leitora Francisca Ribeiro, o chefe de redação explicou que três jornalistas da Record – Douglas Tavolaro, Domingos Fraga e Leandro Cipoloni – fizeram o projeto gráfico.

Foi Douglas Tavolaro quem sugeriu a capa sobre Lula na matéria sobre a entrada de ações de fiéis da Universal contra a Folha de S.Paulo e a jornalista Elvira Lobato, por se sentirem ofendidos pela reportagem.

Dicas para jornalistas
Para finalizar o “Papo na Redação” em Vídeo, Celso Fonseca deu dicas de jornalismo: uma boa apuração, que contempla todas as partes envolvidas na reportagem, e analisa o que é dito contrapondo com os fatos.

Justiça extingue ação de pastor contra Extra

Da Redação
1º Caderno - Comunique-se
25.03.2008



O jornal Extra e seu editor Bruno Thys estão livres de um dos processos movidos por pastores por reportagem sobre fiel que teria danificado uma imagem de São Benedito numa Igreja Católica de Salvador. A Justiça do Rio extinguiu a ação porque o pastor Oswaldo Pinto Júnior afirmou morar na Rua Progresso, em Bom Jesus de Itabapoana, onde ele entrou com a ação, mas a documentação que apresentou não dizia isso.

“Aqui, nesta cidade, não existe logradouro com o nome de Progresso. Essa rua fica, sem errar, em Bom Jesus do Norte, Estado do Espírito Santo, aliás, como faz prova a conta de fornecimento de energia elétrica da Escelsa (doc. de folha 17) juntada pelo próprio demandante”, consta na decisão do juiz Luiz Alberto Nunes da Silva, do Juizado Especial de Bom Jesus de Itabapoana.

Nunes da Silva lembrou que fatos idênticos, como a ação movida pelo pastor, têm ganhando destaque na imprensa e desencadeado diversas ações em todo o País também contra O Globo, A Tarde (BA) e a Folha de S. Paulo, “numa 'campanha movida pelo sectarismo, pela má-fé e por claro intuito de intimidação', conforme saiu no editorial publicado pela Folha (Ataque Serial, em Veja, ed.2049 - ano 41, de 27-2-2008). Tudo isso, segundo os aludidos informes, numa tentativa de instrumentalizar a Justiça, inclusive por veredas perigosas e, porque não dizer, comprometedoras do direito constitucional de acesso à informação. Essa situação, além de lamentável, não poderá ficar à margem das reflexões dos magistrados em sendo eles instrumentos do próprio Estado-democrático na composição dos litígios. Contudo, antes de se adentrar ao mérito da questão tal como posta em Juízo, há de ser examinado, neste momento, sobre a existência, ou não, de obstáculos processuais para o seu desiderato”.

terça-feira, março 18, 2008

Repórter que escreveu sobre Kaká diz que informações são verídicas

Da Redação
13 de fevereiro

O jornalista Paolo Manzo, que escreveu a matéria "Fé, Família e Dinheiro", da CartaCapital, publicada em janeiro deste ano, disse na quarta-feira (12/03) que todas as informações contidas na reportagem são verídicas. “As informações são factuais”, afirmou.

A polêmica se instaurou depois que a assessoria da Igreja Renascer enviou à imprensa documento da Justiça de São Paulo dizendo que a cópia fotográfica do pedido de oitiva do jogador Kaká contido na matéria era falsa. A reportagem revela que o promotor Marcelo Mendroni, do Ministério Público de São Paulo, pede em petição ao jogador Kaká que esclarecesse o que sabia do casal Estevam Hernandes Filho e Sonia Haddad Moraes Hernandes, líderes da Renascer.

De acordo com a apuração do Comunique-se, no entanto, não é que o documento fosse falso, o pedido – de fato, como aponta a Renascer – não configura no processo 1063/06, que corre na 1ª Vara Criminal da Justiça de São Paulo, mas teria sido passado direto para o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do Ministério da Justiça, segundo as informações da Secretaria de Justiça, e, de lá, para a Itália, onde mora o jogador brasileiro.

Paolo Manzo comemora a polêmica em torno da matéria: “Se estão falando tanto, é porque a matéria é quente, incomoda.” O repórter italiano, mesmo não tendo procurado entrevistar o jogador Kaká, a sogra do jogador, a Renascer, nem o promotor Marcelo Mendroni, disse que tinha o documento como prova e, portanto, poderia ter escrito a matéria.

Apaixonado pelo Brasil desde os nove anos, pelo futebol, Manzo trabalha como repórter da revista Panorama Brasil e tem um blog, em italiano.